sábado, 11 de fevereiro de 2012

MORREM-ME POEMAS NA BOCA DO ALÉM



Quando um verso me quer desafiar o sono
Pés sorrateiros vêem a janela sem ninguém
Num sopro solta-se o peito ao abandono
Morrem-me poemas na boca do além

Os olhos contornam barcos em declive
As mãos vestem-se numa guerra de fendas
Em sufoco quase o corpo não sobrevive
A alma sedenta destina-se às emendas

Morrem-me poemas na boca do além
O aço que cobre o corpo é o único refém
Cortaram as raízes dum verso mudo
Deram-me um bilhete sem qualquer morada
Aquilo que um dia se resumiu a tudo
Hoje resume-se à palavra NADA!

10.02.12

Nightwish
- I Wish I Had an Angelhttp://www.youtube.com/watch?v=JwP63P-Y0Nc
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...