quarta-feira, 27 de julho de 2011

DE COSTAS VOLTADAS


Queria falar de amor
Mas não vale a pena
O sentimento é maior
Para uma palavra tão pequena…

Queria falar do verão
Do calor e da paixão
De toda a aventura
De muita loucura
Mas hoje não me sai nada
Tenho a mente apagada.

Queria falar da vida
De cada despedida
De cada partida
Mas a vida é tão injusta
É isso que mais me custa!

Queria falar do tempo
Queria ouvir o vento
Mas hoje não é o dia
De concretizar os meus pensamentos!
 
Queria partilhar momentos
Com alguém essencial
Queria demonstrar sentimentos
De um modo especial.

Queria dizer o que sinto
Se o fizer é porque minto
Queria dizer o que me vai na cabeça
Queria conseguir encaixar cada peça.

Queria desfrutar da liberdade
Sempre com responsabilidade
Mas hoje nem isso me parece
O corpo está mole, não me apetece.

Queria falar do inverno,
Que frio, que inferno
Mas hoje estou revoltada
Estou de costas voltadas!

15.07.2011

DESNECESSÁRIO

Não preciso da poesia para conquistar
Nem do teu corpo para me perder
Não preciso do mar para te fazer levitar
Nem do tempo para te esquecer!

Não preciso de passar a margem do rio
Para ir ter contigo
Nem de te prender por um fio
Para ficares comigo!

Não preciso só de um beijo
De cortar a respiração
Que me mate o desejo
E me encha o coração!

O que eu mais preciso é de te amar
Isso sei que não é indeciso
Preciso do brilho do teu olhar
Para ser mais conciso!

SEM SENTIDO













Escrevo sem sentido
Lamento o dom ter perdido
Escrevo sobre o tempo
Sobre o vento
Sobre o sol
Sobre o momento
Uma cana e um anzol
O tempo hoje está mole!

Escrevo sem papel
Estou a escrever a caneta
Escrevo sem tinta no pincel
Que bela treta!

Hoje deu-me para isto
Fazer um poema misto
Nem eu estou a perceber
Nem ninguém vai entender!

Mas eu não inventei
O título é explícito
Não,
não
é nenhum mito
Fui eu que criei!

Já tive dias melhores
Já estive para ir comprar flores
Mas nem gostava do cheiro
Ainda por cima não tinha dinheiro.

Deixo tudo a meio
Eu sei que isso é feio
Gostava de ser inteira
E dar sentido a esta brincadeira.

Eu sei brincar
Mas hoje falta-me companhia
Preci
so
de uma guia
Para me ensinar!

O melhor desta brincadeira
É ver que no fundo é verdadeira
Tudo é subentendido
Porque não faz qualquer sentido!

 
 21.07.2011

PALAVRAS SOLTAS












Palavras soltas
Conjugadas com harmonia
Quando ando às voltas
São a mais bela companhia.

Palavras discretas
Jamais funestas
Por vezes directas
Palavras honestas
Nem sempre correctas.

Palavras pequenas
Existem às dezenas
Multiplicam-se às centenas
São fortes ligações
Que enchem os nossos corações.

Palavra extensa
Palavra complicada
Nem sempre compensa
Uma palavra prolongada
Porque a palavra mais sentida
Não tem de ser a mais comprida
Mas a mais intensa
Torna-se a sentença
Dita no momento certo
Estando longe torna-se perto.

Palavra doce Por mais mínima que fosse
Sabe sempre bem
Ouvi-la como ninguém
E dizê-la também.
Porque às vezes
Só precisamos de uma
Pequena grande ajuda
Cai que nem uma pluma
Naquele momento tudo muda
Apenas um ombro amigo
Que esteja sempre comigo.

Porém, nem tudo são rosas
As palavras também magoam
Só de ouvir são desgostosas
Parecem rios que desaguam
Palavras que entristecem
Mexem connosco e nos enlouquecem
Apenas desvanecem
Infelizmente permanecem.

Palavras  Soltas
Leva-as o vento
Mas quando são ditas com sentimento
Perduram no momento.


Apenas palavras
Soltas
Juntas ou separadas
Formas de expressão
Simples ou elaboradas
Com ou sem razão
São elas que dão sentido à nossa existência
São elas a nossa essência.

 

Desejo que seja assim
Que haja sempre para ti e para mim
Uma palavra amiga, sentida
Sempre colorida
Até ao fim da nossa vida.


07.07.2011
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