O Amor é uma contradição
Um dilema
entre a emoção e a razão
Amizade,
cumplicidade e incerteza
Coragem ou
talvez não...
Algo forte
que fraqueja
Morde,
corrói, beija
Fere,
destrói, mata
Perde toda a
beleza
Se é fugaz e
banal...
O que é isso
do Amor afinal?
Amar é hoje
um ato pouco lúcido
Uma cegueira
que assalta as veias
Come por
dentro e se cospe para o lado
A crença de
futuro que não existe...
Creio na
imperfeição dos seres
Na
promiscuidade com que se entregam aos prazeres
Na dualidade
com que vivem o quotidiano
Onde a
fidelidade é uma carta selada por interesse(s)
Na luta pelo
poder...
Que sentir
tão pobre!
A essência
foi dar uma volta
O respeito
anda por aí à solta
O
conhecimento não se adquire, só (des)ilude
Não se devia
brincar com algo tão nobre!
Afinal não
há sempre nem para sempre
Não há não
nem nunca
Não há
palavras mornas nem gestos eternos
Há
filosofias teatrais e projetos medíocres
Que na hora
dizem sim, mas não passam de ditados
E normas de
uma sociedade adulterada de pecados...
Amar
Até pode ser
uma coisa boa
Entrar nessa
cegueira temporária
Esquecer o
resto, andar à toa
Passear
sonhos e objetos
Com medo da
solidão
...Assim não!
Não se ama
este e aquele
Nem existe
uma maneira
De sentir e
descrever
Algo que é
único viver...
O Amor é
talvez o sentimento
Mais ingénuo
de todos
Primeiro devemos
escolher o Próprio:
Uma
companhia verdadeira
Para a vida
inteira!
30/03/2021