sábado, 29 de junho de 2013

(É) ISTO...

Jessica Neves no Jardim de Belém






Alicia-me o limiar das coisas. É na ferocidade do momento 


pausado no tempo que gosto de mergulhar. Há em mim, a 

cada dia, uma sede imensa de desfrutar de tudo, às vezes 

demais, que acabo em banhos de nada. 



Entre cânticos de revolta e paixão, vou vivendo no sentido 

mais amplo da palavra, sempre com o risco ao colo, 

assumindo erros numa aprendizagem (in)consciente de 

quem arrisca a pele para ousar viver, combatendo 

adversidades.



É isto, uma espécie de qualquer coisa que me move, que me 

alimenta.



29.06.13

OLHAR EM FRENTE...

Jessica Neves na visita ao belíssimo Jardim de Belém




Caminho sempre com um olhar em frente. 


É assim que me quero: guerreira, enfrentando cada 

batalha! 


Lavo o rosto (de lágrimas e sorrisos) as vezes que forem 

precisas!





Bom fim de semana poesia *

sexta-feira, 28 de junho de 2013

HOJE SINTO-ME POBRE




Hoje a minha face está sentidamente
Mais pobre
A água que me lava
Já não tem a mesma beleza
Nem a mesma limpidez
Talvez esteja de mãos dadas com a solidão
E nem tenha dado conta…

Habitam-me almas de cor vaga
Que eu própria desconheço
Enjoa-me a música
Sempre na mesma batida
Ao ouvido do coração…

O fio condutor perdi-o há tempos
Espalhado entre as folhas de papel
Que me cobriam os dedos
E dei com dois espetados
Numa gaveta de mofo
Denunciando meus medos…

Rasguei mais um sonho
Sinto-me pobre
E só a noite me abraça.

28.06.13

quinta-feira, 27 de junho de 2013

IMPULSO (POEMA DEDICADO À MINHA IRMÃ SARA NEVES) (*)























Quer o impulso (de mim) te levar
Sem querer saber do rasgo do peito
Cai no corpo o pranto
Na alma de uma guitarra sem cordas (**)
Numa letra sem métrica
Palavras que nunca consegui proferir…

Talvez orgulho excessivo
Meu feitio desapegado
Ou um lado “defensivo”
Tod’o meu Amor ocultado…


(Sabes, não entendo (de) Psicologia (**)
Guio-me pelos sentidos do dia a dia…)


Talvez seja minha intenção
Dizer-te com ousadia “isto” que sinto
Sem amarras, com o coração
Com o verde dos teus olhos, a vida pinto…

(…Enquanto não to digo, escrevo-te!)

19.06.13


(*) Poema dedicado à minha irmã Sara Neves
(pela ida de voluntariado para a Índia)

(**) A referência à Música deve-se ao seu gosto musical.
No que toca à Psicologia, foi o curso que tirou.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

CUMPLICIDADE








Entre eles, pouco ou nada havia a dizer. 


Os gestos denunciavam toda a cumplicidade. 


Mas ele insistia em querer entender a origem do seu Amor por ela.


Procurava incessantemente, uma explicação para tal atração.


Até que, pousou as palavras no algodão do seu peito e descobriu que 

ninguém lhe falava melhor dela, que o fundo dos seus olhos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

NÃO HÁ POEMAS INTEIROS







Não há força para o poema
Que cavalga silencioso
Com os pés enfiados na terra
Sem qualquer ação ou devaneio…


Não há lucidez para o poema
Quando o coração cegamente
Se impõe aos destroços da razão
E a tela é oferecida por ter cores bonitas…



Não há tempo para o poema
Quando a alma tem pressa
De (a)colher versos 
Com fome d’inspiração…



Não há poemas inteiros
É comum
Deixar pela metade 
Tudo o que se quer dizer.



25.06.13

SEDE






Dá-me de beber da tua boca temperada, 
os teus lábios ondulados de mar 

e sacia esta vontade 

de mergulhar pelo teu corpo, 
num poema rasgado sem tempo...

segunda-feira, 24 de junho de 2013

HÁ PESSOAS QUE SÃO POEMAS







Há pessoas que são poemas

A cada verso

Dão vontade 

De escrever mais e mais

De tatuar no coração

E perpetuar no tempo…



Às vezes 

É preciso abandoná-las

E escrever uma nova linha…




22.06.13

sábado, 22 de junho de 2013

MEMÓRIAS - O OUTRO LADO DE MIM (SEM TI), PEDAÇOS EM PROSA






Trago a saudade enlaçada ao peito como um botão difícil de 


desapertar.



A noite abate-se sobre o meu rosto fechado e as memórias 

adensam (n)a tua ausência.



Assalta-me o corpo em prantos e gemidos que 

(des)esperam possuir-te.


Arranho a pele, fervo mil vezes e amarro o desejo.



...Apenas tenho de ti, as memórias agridoces do que fomos.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

DUETO TERESA TEIXEIRA E JESSICA NEVES - ESSÊNCIA DE VERÃO





Se fecho os olhos e te sinto
Regresso ao limbo quente das doçuras

E repouso nas areias do instinto



(...E a música das ondas embalando
E o cheiro do sal retemperando

O meu corpo frutado de verão...)


Se abro os olhos e te quero
Azul que me envolve em transparências

Renasço do mar fundo onde me gero



(...E as águas vivas a tecer-me
Um manto de seda epitelial

Em doces marés à minha derme...)



Se encosto os olhos e te amo

Sabe(-me) a maresia o horizonte

Ousada, teu leito ao meu chamo

(…E enrolo-te com a fantasia
Embebida em linho, rendas e poesia 
Nu(m)a dança ardente e harmoniosa…)

Se distancio os olhos e te (re)nego
Sabe(-me) a amargura a fonte
Como quem finge o desapego

(…E levo areia incrustada nos pés
Passeando pelo cais desamparado
Amor se eu sou, tu (também) és…)




Um poema com a nossa frescura poética!
Grande beijinho Teresa, grata pela partilha!



O BLOG DE TERESA TEIXEIRA:

douroumpoema.blogspot.com/

quinta-feira, 20 de junho de 2013

RIDÍCULA TRISTEZA













Via-se como a dona de todos os planetas.

A cada segundo comprava algo.

Ao mesmo tempo que pintava os lábios, o seu umbigo enchia-se de batom.

Caía no ridículo da tristeza.

Ainda não se tinha apercebido que as melhores coisas, estavam no



sorriso do olhar e na mão estendida dos outros. 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

EVASÃO







Dou por mim
A viver (de) promessas adiadas
Projetos por cumprir…


Quando pergunto por mim

Já as conversas d’esplanada foram apagadas
Já só me quero evadir
Sou o meio do fim
Algo indefinível – assim (assim)!



19.06.2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

ENTRELINHAS CALADAS - DUETO ANA COELHO E JESSICA NEVES







Voam as folhas nas brumas
Onde o tempo desce (s)em sombras
Decalques mornos nas margens
Onde a liberdade (in)quieta a verdade…


A palavra interroga as mãos

Num dedilhar prenhe de sentidos
Em que só os gestos sabem expor
A transparência para o quotidiano…



Na janela de água corrente

Os vultos fogem ausentes
Nas entrelinhas caladas
Das telas inacabadas…



Nem um verso tenho 

Para te escrever ou dizer

É no rio salgado que banho
Meus olhos por não te ter…




17.06.13

segunda-feira, 17 de junho de 2013

MORNO PALADAR






O sol da tarde poisava no azul temperado do mar e banhava-lhe o

sorriso de menina-mulher. Enquanto degustava o paladar do café e


contemplava as ondas batendo levemente sobre as rochas, o vento 

afagava-lhe os longos cabelos na direção do amor.


Ousado, pendurou-se no sorriso dela e presenteou-a com um beijo nos 

lábios (ainda) mornos.


Ali se amaram. 

domingo, 16 de junho de 2013

EM BUSCA DE OUTRA SORTE























A porta fechava-se dentro do corpo
Enquanto o peito sem molas
Se expressava com um grito comedido
Os afetos contraíam-se vagarosamente nos dedos…

Em busca de outra sorte
Partia, desenraizando emoções
(Que se desejavam eternas)
E as lacunas ferviam nos olhos
A todos os segundos, todas as noites…



Saía de si
Em direção a lugares indefinidos
Estendia a mão à vida
Em busca de outra sorte
Numa crença inabalável
Esperava outros horizontes
Que se avizinhavam promissores e sorridentes!




16.06.13



sexta-feira, 14 de junho de 2013

SEDENTA




























Entrego-te a pele nua

para que possas degustar, 


pedaço a pedaço, do calor que a


tua presença provoca em mim.


Com o teu toque,

traduz todo o pranto num jardim 



de 

aromas quentes e

sabores sedentos de desejo(s).

quarta-feira, 12 de junho de 2013

NA IMENSIDÃO DO SENTIMENTO (QUE NOS UNE)



















Confio-te o amor
Que me cabe nos olhos
Em (e)ternos cânticos
De esperança e loucura
Quando o teu olhar toca o meu
E me enlaça
De alto a baixo…

Permaneço presa a ti
Na imensidão do sentimento
Que nos une
E me desabotoa por dentro
No desalinho do pensamento.
 




10.06.13


segunda-feira, 10 de junho de 2013

HOMEM SEM ROSTO




















Sobe e desce as ruas emperiquitado
Minuciosamente, o Homem Sem Rosto
Olha para todo o lado
E não (re)conhece as cores d’Agosto...

Negros, os seus sapatos envernizados
Perdem o brilho de tanto andar
Enfurecidos e desgastados
Choram o que almeja conquistar…

Decaem-lhe no horizonte
Poemas rasurados, em aberto
A secura que (des)compõe a fonte
Talha de riscas, o peito deserto!

Enrola-se ao seu laço preto
Nem a branca camisa lhe veste o olhar
De nada lhe vale o amuleto
Porque de nada vale, não saber amar…



10.06.13


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