quinta-feira, 20 de maio de 2021

INTEMPORAL | DUETO CÁTIA BERARDO C E JESSICA NEVES



Eu sou quem os teus silêncios clamam. 

Quem me dera não te lembrar
Mas as tuas formas ocupam o mistério das nuvens
Enchem a força do vento com o rasto do teu cheiro de volúpia. 

Sabes a rosas e cravos e a espinhos cravados no peito
Na impossibilidade de indiferença ao teu jeito
Ainda recordo o retrato das nossas mãos ao luar
Agora somos apenas um mero quadro desfeito
Um passado-presente a que é sempre difícil voltar
Uma dor que não se vai ultrapassar
Sem a devida distância dos sentidos
Um grito aceso que não se vai calar
Enquanto "aquela" música tocar nos meus ouvidos...

Nada mais te posso dar
Senão a letra de uma canção que escrevi hoje ao amanhecer
E não existe mais nada que os homens possam ver
Além de um pedaço de folha rabiscado que perdurará no tempo.  

O tempo, essa substância absoluta que define a vida em partículas
Mas não separa o desejo nem mata a dor 
De ser sem ti, sem o teu agridoce sabor 
E o teu olhar brilhante igual ao meu
A fazer lembrar as estrelas no céu... 

Ninguém apaga a felicidade 
Que vivemos ao som do mar
Hoje eu escrevo a saudade 
E com a voz rouca tento silenciar
O que arde cá dentro e só quer doer
Porque o Amor não sabe acabar 
Só sabe durar e permanecer... 

Permanecem os gestos e as histórias
Os olhares e as palavras
Os sorrisos e os silêncios
As almas e as memórias
Que se confundem por entre as cores do crepúsculo
Perduram as lembranças emaranhadas de pensamentos
Que fazem as estrelas pestanejar
E nem os mais sábios conseguem entender
Onde começam os nossos laços e onde findam os nossos nós.


19/05/2021


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