Desci pelo ondular do teu sorriso
Como quem desencanta poesia
Entre montes e vales gritantes
Apareceste Sol d’Outono
Com os dedos saltitantes
Largaste o medo do sonho
Nos teus olhos cobertos de maresia
Pincelaste ao teu ritmo, o arco-íris
Construíste barcos em folhas de papel
Em teu redor, ergueste robustos castelos
Moldaste os teus braços aos meus
Fizeste-me crer
Na ponte de laços
Que suaviza e eterniza
A cascata da vida!
Num anel matizado de sonhos
Desarmados de cobardia e rancores
Estendes as mãos às singelas colheitas
Teu jardim perfumas de múltiplos odores
Tu
(Que) és plural
No verso que te cabe (por) inteiro
Por direito!
Pseudónimo: Âncora
(*) Um dos meus três poemas escritos para a participação no XVIII concurso de Poesia da APPACDM de Setúbal (Novembro 2013), este ano, subordinado ao tema “A Poesia que há em ti”, com o
objectivo de estimular a actividade criadora e sensibilizar a comunidade para a
problemática da deficiência mental.