quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

MORRE-ME UM POEMA DENTRO DE TI



Vislumbro pássaros feridos em noite de partida
Nu(m) abandono que nasceu em mim
Onde tudo é terra infértil numa pele engelhada
Morre-me um poema dentro de ti…

A lua escapa-se entre os dedos
Prevalecem as sombras d’outrora
Trazendo consigo teus medos
Apagando a mais genuína flora…

Mendigo por todos os meus recantos
O embrulho da tua carne acetinada
Tombo de joelhos, mil e um prantos
Fechaste os olhos à minha morada…

Morre um poema dentro de ti
No sussurro das cinzas empoleiradas nos teus cabelos
Sim! Morre-me um poema, aí
Em céu aberto polvilhado de muralhas e pesadelos…

20.12.12
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