Hoje a minha face está sentidamente
Mais pobre
A água que me lava
Já não tem a mesma beleza
Nem a mesma limpidez
Talvez esteja de mãos dadas com a solidão
E nem tenha dado conta…
Habitam-me almas de cor vaga
Que eu própria desconheço
Enjoa-me a música
Sempre na mesma batida
Ao ouvido do coração…
O fio condutor perdi-o há tempos
Espalhado entre as folhas de papel
Que me cobriam os dedos
E dei com dois espetados
Numa gaveta de mofo
Denunciando meus medos…
Rasguei mais um sonho
Sinto-me pobre
E só a noite me abraça.
28.06.13