segunda-feira, 2 de março de 2015

DUETO ANA COELHO E JESSICA NEVES - PARA MIM TUDO É SEMPRE TÃO POUCO





Tão perto do luar anda o pensamento
Foge a inspiração na luz de um tormento,

Abraço o vazio, questiono as horas
Adoço os sentidos por me lembrar do sol




Esqueço-me de mim, por momentos

Nas mãos, a fonte dos meus lamentos
Há quem diga – e bem – que as demoras
Deixam uma fenda no coração mole


Sopra o vento, correm os tempos
Nada fica no lugar, nem os momentos 
Águas novas correm dentro do olhar
Desenham pedaços calados para não magoar



No entremeio, cai um poema violento

Acolhido pelo meu olhar sedento
De glórias, a que não dá para voltar
Gavetas sem nexo, que tento arrumar



Soltam-se folhas, rabisco em raios
Alucinados em vertigens de muros contidos
Audaz pensamento liberto em versos loucos
Na penumbra dos versos controversos que a alma grita



Retomo o prazer das tardes de Maio

E ouço ruídos que trazem gemidos

Para mim tudo é sempre tão pouco
Minha alma sempre se agita.







21.02.15
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