Tão perto do luar anda o pensamento
Foge a inspiração na luz de um tormento,
Abraço o vazio, questiono as horas
Adoço os sentidos por me lembrar do sol
Esqueço-me de mim, por momentos
Nas mãos, a fonte dos meus lamentos
Há quem diga – e bem – que as demoras
Deixam uma fenda no coração mole
Sopra o vento, correm os tempos
Nada fica no lugar, nem os momentos
Águas novas correm dentro do olhar
Desenham pedaços calados para não magoar
No entremeio, cai um poema violento
Acolhido pelo meu olhar sedento
De glórias, a que não dá para voltar
Gavetas sem nexo, que tento arrumar
Soltam-se folhas, rabisco em raios
Alucinados em vertigens de muros contidos
Audaz pensamento liberto em versos loucos
Na penumbra dos versos controversos que a alma grita
Retomo o prazer das tardes de Maio
E ouço ruídos que trazem gemidos
Para mim tudo é sempre tão pouco
Minha alma sempre se agita.
21.02.15
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