quinta-feira, 11 de junho de 2020

GRITO DE SAUDADE




Há dias em que a saudade 
Acende e rompe o peito
Arrasa a minha liberdade
Com um grito imperfeito...

Aquele sol que invadia
A janela da minha casa
Dá lugar a uma cama fria 
Sem sonhos nem asa.

Há dias em que escrever 
Me escorre pelos olhos 
Amor e dor aos molhos 
Quando não sei o que dizer...

Aquele voo que vivia 
Em céu aberto no meu leito
Pede de novo sintonia
Ao recordar o teu jeito.

Não é o corpo, é a alma
O sorriso que me acalma
A mão sempre estendida 
A partilha de uma vida.

Grito agridoce de saudade 
Do que ainda não vivemos 
Não há riso sem tempestade
Quando nos pertencemos.

Há dias assim
Em que quero dizer não
E sou obrigada a dizer sim
Ao que vai no meu coração.


10.06.20

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