Neste
calafrio escrito que me rasga
Com um pé a meio do precipício
Encontro poemas que a boca engasga
E o ciclo insiste em ser o mesmo desde o início...
Já pressinto
O jeito errante da balada
E o corpo bêbado pelo mar de absinto
Todo d’alma assaltada
Pelo desejo desmedido…
Faço-me
farrapo na tua ausência
Caio numa valsa desencantada
Farejo incessantemente a minha essência
Presa a uma taça de vinho tinto embriagada...
Untado
pela ânsia do possuir
Preso a um verso da castidade
A um aroma de carne a fluir
E a um olhar que emite o golpe da veleidade
Entre o que naquelas paredes há de omitido…
Não
sei que dizer mais de ti
Não ensaiei cântico de despedida
Se um dia te quis ter por aqui
Foi por te conceber minha vida!