Naquela tarde acesa
Em que vislumbrei o teu sorriso
Por entre o jardim dos afetos
Descobri que eras mais que o tempo
Havia uma cálida certeza
Que te acompanhava e me bastava
Eras tu quem, ao pormenor, me habitava.
Tudo o que nos basta
Não se diz nem que se sinta
O meu peito acredita
Que não há corpo que minta.
No crepúsculo do ensejo
Os gestos conduziam à ousadia
Ao toque suave dum beijo
Desnudava-se a pele em poesia.
Saudaram-se os corpos num abraço
De lume e fome em desassossego
Não há ternura sem embaraço
Nem colo quente sem aconchego.
20.05.17