quarta-feira, 24 de maio de 2017

NO CREPÚSCULO DOS GESTOS







































Naquela tarde acesa
Em que vislumbrei o teu sorriso
Por entre o jardim dos afetos
Descobri que eras mais que o tempo
Havia uma cálida certeza
Que te acompanhava e me bastava
Eras tu quem, ao pormenor, me habitava.


Tudo o que nos basta
Não se diz nem que se sinta
O meu peito acredita
Que não há corpo que minta.


No crepúsculo do ensejo
Os gestos conduziam à ousadia
Ao toque suave dum beijo
Desnudava-se a pele em poesia.


Saudaram-se os corpos num abraço
De lume e fome em desassossego
Não há ternura sem embaraço
Nem colo quente sem aconchego.




20.05.17
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