sexta-feira, 30 de abril de 2021

SEPARAÇÃO

 



Fui eu que errei

Quando esperei mais de ti

E não separei a paixão do amor... 

 

Destruí o que era belo

E dum sonho num castelo 

Vi a sombra no eco da dor

O relógio a bater na porta

O rio a escorrer nos olhos

O frio no peito que corta 

A emoção aos molhos... 

 

E agora?

O que sobra de nós 

A esta hora da noite

A cada segundo que passa? 

O teu sorriso já não me abraça 

E eu fico cada dia mais a sós. 

 

17/04/2021

 

quinta-feira, 22 de abril de 2021

É PRECISO IR MAIS ALÉM



























É preciso ir além do olhar

Deixar o silêncio se afirmar 

Desvendar os segredos do rosto

Transbordar sorrisos de Agosto

Durante o ano inteiro!

 

É preciso escutar todas as melodias 

Respeitar diferenças, encurtar distâncias 

Entre pensamentos e sentimentos 

Somos a soma de todos os momentos

Que escolhemos viver primeiro.

 

É preciso correr, visitar lugares

Redefinir caminhos, trocar moradas

Reinventar soluções lineares 

Desafiar as paixões desejadas

Lutar sem desanimar

Acalmar o ritmo do coração

Hoje e sempre acreditar 

E demonstrar mais compaixão!

 

É preciso interpretar a linguagem corporal

Reciclar tudo o que faz mal

Saborear e agradecer o que há de melhor 

Partilhar gestos de amor

Devolver alegria ao mundo

Agir com bondade, empatia e esperança 

Manter os sonhos acesos em cada criança

Não desistir de viver um único segundo!



04/04/2021 


 

segunda-feira, 12 de abril de 2021

O AMOR É UMA CONTRADIÇÃO




















O Amor é uma contradição

Um dilema entre a emoção e a razão

Amizade, cumplicidade e incerteza

Coragem ou talvez não... 

 

Algo forte que fraqueja

Morde, corrói, beija 

Fere, destrói, mata

Perde toda a beleza

Se é fugaz e banal...

 

O que é isso do Amor afinal? 

 

Amar é hoje um ato pouco lúcido

Uma cegueira que assalta as veias

Come por dentro e se cospe para o lado

A crença de futuro que não existe... 

 

Creio na imperfeição dos seres 

Na promiscuidade com que se entregam aos prazeres 

Na dualidade com que vivem o quotidiano 

Onde a fidelidade é uma carta selada por interesse(s)

Na luta pelo poder... 

 

Que sentir tão pobre! 

A essência foi dar uma volta 

O respeito anda por aí à solta 

O conhecimento não se adquire, só (des)ilude

Não se devia brincar com algo tão nobre! 

 

Afinal não há sempre nem para sempre 

Não há não nem nunca 

Não há palavras mornas nem gestos eternos 

Há filosofias teatrais e projetos medíocres 

Que na hora dizem sim, mas não passam de ditados 

E normas de uma sociedade adulterada de pecados... 

 

Amar

Até pode ser uma coisa boa

Entrar nessa cegueira temporária 

Esquecer o resto, andar à toa

Passear sonhos e objetos

Com medo da solidão

...Assim não!

 

Não se ama este e aquele 

Nem existe uma maneira 

De sentir e descrever

Algo que é único viver... 

 

O Amor é talvez o sentimento 

Mais ingénuo de todos 

Primeiro devemos escolher o Próprio:

Uma companhia verdadeira

Para a vida inteira!

 

30/03/2021

segunda-feira, 5 de abril de 2021

SOCIEDADE

 



Quando estás rodeado de solidão

Todos os apertos de mão são em vão

Não há janelas abertas, apenas a alma nua

E um convite explícito para a porta da rua... 

 

O que te conduz até aos outros é inútil

Qualquer argumento mastigado é fútil

Quando sabes que existe um muro 

A toldar a visão agreste do futuro... 

 

Que vida é essa que se diz em sociedade? 

Que conforto nos dá o vazio das gentes 

Que percorrem caminhos sem responsabilidade 

E evitam o confronto de várias frentes?

 

Que geração é esta e qual virá depois? 

A liberdade é individual mas também a dois 

Não são mentes caladas que traçam projetos 

É preciso debate para não se iniciarem as casas pelos tetos... 

 

O que é que tens a dizer daquilo que vês?

Das revistas cor-de-rosa e dos livros que lês? 

Apetece-te rasgar logo ou guardar tudo 

E emoldurar a arte num quadro mudo? 

 

Que mensagem queres passar

A quem te cumprimenta e passa? 

Que cultura estamos nós a criar? 

Que terra amarga, infértil e lassa!

 

Sabes que não há beleza

Num solo cultivado sem amor 

Assim como há a certeza 

Que a primavera só é bela dando flor... 

 

Que dizer de todas as dores 

Que se espetam entre os dedos 

Serão só medos e segredos

Ou calos acesos em dissabores? 

 

Que povo é este que se vai deitar 

E não pensa em abraçar e partilhar? 

Questionas tu e questiono eu

Este planeta não é só meu! 

 

Há imensas mesas e salas vazias

Mortes de pessoas vivas e frias

Que se deixam ir na corrente 

De ser pó num corpo ausente... 

 

Se existe o conceito de sociedade

Observa-me muito pouco

O mundo está doente e louco

Ninguém sabe o valor da solidariedade. 



26/03/2021

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