Há um grito
Que desponta preto no branco
Entre o silêncio e a revolta
Onde andam à solta
O ódio e o amor
Um verso rude e um poema sem dor…
Há um colo vazio
Umas mãos quaisquer, ocas
Algures, um calafrio
Num arrepio de bocas…
E eu anseio a todo o custo vislumbrar
Preto no branco, o futuro no presente
Desmaio ao cair do pano por não tocar
Nem um nem outro, simplesmente
Um eco, um grito, um silêncio em chama
Um rumor na penumbra da (nossa) cama…
A corrente que me traz
É a mesma em que tu me levas.
Preciso que vás
Quero conhecer o sabor das trevas!
Calca-me…
Sopra-me por aí, para l-o-n-g-e!
Odeia-me hoje
E ama-me loucamente
Amanhã… e eternamente!
21.01.13