sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

QUADRA(S) NATALÍCIA(S)



Oiço ao longe o sino
Há tons doirados no ar 
A badalar a chegada do menino
Vamos todos celebrar!


Nesta época de Natal
Os meus desejos vou partilhar 
Mais que qualquer presente banal
Quero abraços e beijos para desembrulhar!


Quero doces e comida tradicional
Tragam sonhos e uma rabanada
Um pouco de tudo não faz mal
Aproveitemos a noite de consoada!


Tragam o cabrito e o peru
Também o polvo e o bacalhau
Em família vamos comemorar
Mais um Natal que estamos a passar!


Tragam o Bolo Rei e o espumante
No Ano Novo já estou a pensar
A passagem de ano já estou a idealizar
Com passas e desejos a todo o instante!


É tempo de partilha e união
Como deve ser o ano todo
De dar e receber com o coração
De ser feliz de simples modo!



22.12.17



segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

PERMISSÃO



Quero o excesso de mim
Na plenitude de nós
Desejo render-me a ti
Pelo grito da minha voz

Dá-me permissão
Para te desvendar devagarinho
De roubar teu coração
Fazer dele meu ninho


Dá-me o corpo inteiro e ainda a alma
Sacode o tempo de coisas breves
Quero a invasão da madrugada que me acalma
Em tempestades brutalmente leves

Ama-me com o poema eterno
Do teu corpo no meu à meia-lua
Nu(m) agridoce recital que aquece o inverno
E me faz sentir - Mulher - somente tua

Quero a chama acesa pelo lume
De mais um e outro beijo incendiado
Permite-me assim, respirar o perfume
Entreabrindo com paixão, teu cadeado.


17.12.17

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

TEMPO DE SÃO MARTINHO, CASTANHAS E VINHO



É tempo de São Martinho
De comer castanhas quentinhas
Quem o diz é o senhor vinho
Que gosta delas bem assadinhas!

Vem daí, meu amigo
Senta-te aqui ao lume
Quero festejar contigo
Vamos atingir o cume!


Sim! O cume dos festejos
Nao há festa como esta
Trocar castanhas e beijos
É desta que fico alegre! É desta!


Vem e traz a bela pinga
Um ou dois copos vamos tomar
Quero contigo brindar
À saúde, com jeropiga!

Cá em casa temos conforto
Estamos bem ao quentinho
Não vá a festa dar para o torto
Com as peripécias do vinho!


Podemos ainda ir ao magusto
Da nossa aldeia e partilhar
Não importa se tem custo
O importante é socializar!



Ora dá cá um cartucho
Toma lá outro, vamos dividir
As castanhas são um luxo
A que não dá para resistir!


10.11.17

terça-feira, 31 de outubro de 2017

INGLÓRIA PARTIDA (FADO TRISTE, VIDA BREVE)



Foi prematura a partida
De lágrimas transborda meu rosto
Não estava prevista a despedida
Minha alma veste-se de desgosto.


Por que foste embora
Tão cedo e sem querer?
Onde estás agora?
Oh! Se pudesses renascer…


Destino ingrato este
Que te levou de mim, de nós
Tu que tanto deste
Até por fim, ficares sem voz.


Que certeza inglória
Não há nada que de volta te traga
Saudades de ouvir cada história
E daquele abraço que me afaga!


Teu sorriso sempre leve
Relembro com imensa alegria
Fado triste, vida breve
Desfecho que eu não queria!


Que lugar é esse
Além da eternidade?
Tua ida tão precoce
Só nos deixou a saudade!




28.10.17

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

FUI EU QUE INVENTEI O CÉU



Fui eu que construí a casa que habito
E a almofada leve onde me deito
Fui eu que, vezes sem conta, errei 
Almejei o céu e, sem querer, o alcancei!


Fui eu que tracei o meu destino
Travei intensas lutas e num hino
Ao inventar o meu amor por ti
Sem querer, me correspondi!


Fui eu que desencantei 
O paraíso nos teus olhos
E, sem querer, plantei 
Rosas rubras aos molhos!


Fui eu que calculei as distâncias
Percorri a passo, todos os caminhos
Renascendo, desembrulhei ninhos
E, sem querer, venci minhas ânsias!


Sim! Fui eu que me superei
Investi nos meus sonhos e em mim
Fui eu que, sem desistir, projetei
Minha crença e com labuta, consegui!


Sim, fui eu! Fui eu que conquistei
Tudo o que quero e hoje sou
Um dia, ao sorrir ao espelho, ele levantou
O véu do meu “eu” e me orgulhei!




14.10.17

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A TUA ESSÊNCIA



Não é a cor dos teus olhos 
Que me encanta suavemente
É o teu carácter aos molhos
Que envolve e me prende.


Não são os traços do teu rosto
Que me fazem caminhar sem medo
É esse teu sorriso d’Agosto
Que sempre me faz acordar cedo.


Não é a tua pele bronzeada
É tudo o que olhas além do que vês
O que aprendes com o que lês
E transmites: sabedoria inacabada!


Não é o teu corpo que me seduz
E me faz tanto te querer
É a tua alma que em mim reluz
E ilumina todo o meu ser.


Não são as vestes que trazes
Nem os luxos que ofereces
É todo o bem que me fazes
Sou para ti, o que mereces!




26.08.17

segunda-feira, 10 de julho de 2017

O RETRATO DA MULHER DE VERMELHO



Ela não é quem tenta parecer
Nem o retrato que todos pintam

Não se intimida com o que vão dizer
Não há espelhos que mintam.


Ela tem caráter, voz e opinião
Aborda de frente qualquer tema

Gestos desvendam seu coração
Conquistá-lo é o maior dilema.


Ela é a dona da atitude
Não teme alturas nem fantasias

Considera uma virtude
Celebrar pequenas alegrias.

Ela é o que quer e projeta ser
Não fala mais do que é devido
Quem o contrário disser
Será acusado de ter mentido.


Ela é uma mulher impaciente
Porém exige bastante paciência

Para a conhecer verdadeiramente
É preciso pitada de ciência.


Ela é ela: a Mulher de vermelho
Do risco à mais poderosa ousadia

Quem se atreve a meter o bedelho
Será sempre uma curta companhia.

Ela é muito e tão pouco
Não pode desvendar tudo
Neste planeta louco
O melhor é observá-lo mudo.




10.07.17


terça-feira, 20 de junho de 2017

VIDAS EM JOGO




Há inúmeras vidas em jogo
Casas em chamas arrasadas
Por culpa do fogo
Tantas coisas abandonadas…


O que vai dentro de nós?
Como se expressa esse sentimento?
Quem escuta a nossa voz
E leva o medo, a revolta e o sofrimento?

Os guerreiros dão a vida por nós
Lutam dia e noite, com todas as armas
Não estamos sós
A combater as chamas!


Sejamos humanos e solidários
A nossa união é determinante
Para ultrapassar estes combates diários
Juntos e reerguidos, seguiremos em diante!




20.06.17

quinta-feira, 15 de junho de 2017

QUADRAS POPULARES



Saem os desfiles coloridos à rua
Venham ver o que é festejar
As marchas nesta época sua
No que há de mais popular!


Santo António ou São João
Qualquer um nos faz bailar
De copo e sardinha na mão
Vamos lá também cantar! 

Todos trajam a rigor
Não há pobre nem rico
Haverá tradição melhor
Que comprar um manjerico?!


Sou da terra e sou do povo
Abraço a minha bandeira
Dou atenção ao velho e ao novo
E uma martelada na brincadeira!


Estas quadras vos deixo
Agora vou ter de parar
Porque se me desleixo
Não há festa p’ra animar!



14.06.17

segunda-feira, 12 de junho de 2017

FEBRE LOUCA DE VERÃO





O desejo (es)corre pela boca
O teu beijo despe-me os sentidos

Incendeia-me nesta febre louca

De paixão se querem os gemidos.


A melhor forma de brindar ao verão
É ter-te por perto, junto a mim

Segredar-te esta minha perdição

Desejando que esteja longe o fim.


Sei-te os traços ao pormenor
Dedilhando-te como um piano afinado

Deixa-me percorrer-te, sente o sabor

Do corpo seduzido a ser idolatrado.


Ninguém te trata melhor que eu
Nem te sussurram o que te digo

Sou a que te leva mais vezes ao céu

Por isso pernoitas no meu umbigo.




12.06.17

sexta-feira, 2 de junho de 2017

BREVE REFLEXÃO SOBRE O DIA MUNDIAL DA CRIANÇA



Que existam cada vez mais pais e familiares presentes na educação e nos valores das crianças e, lhes dêem atenção, ao invés de telemóveis e tablets sofisticados. 
Que as crianças cresçam com vontade de, no futuro, serem adultos responsáveis, informados e interventivos na sociedade.

01.06.17

segunda-feira, 29 de maio de 2017

sexta-feira, 26 de maio de 2017

LUTA DIÁRIA



Não somos fortes (só) quando vencemos, mas quando ultrapassamos os golpes mais duros e inesperados, conquistando assim, a superação, dia após dia. É essa luta que a vida nos propõe.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

NO CREPÚSCULO DOS GESTOS







































Naquela tarde acesa
Em que vislumbrei o teu sorriso
Por entre o jardim dos afetos
Descobri que eras mais que o tempo
Havia uma cálida certeza
Que te acompanhava e me bastava
Eras tu quem, ao pormenor, me habitava.


Tudo o que nos basta
Não se diz nem que se sinta
O meu peito acredita
Que não há corpo que minta.


No crepúsculo do ensejo
Os gestos conduziam à ousadia
Ao toque suave dum beijo
Desnudava-se a pele em poesia.


Saudaram-se os corpos num abraço
De lume e fome em desassossego
Não há ternura sem embaraço
Nem colo quente sem aconchego.




20.05.17

sexta-feira, 19 de maio de 2017

NA CURVA INCERTA DO DESTINO


































Vou ao lado esquerdo da sorte
Pela curva incerta do destino
As pedras da calçada lamentam o meu trajeto
Sei de mim pelo que calo
Pesam-me os ossos na escassez dos caminhos
A que os olhos lacrimejantes se moldam.

Não há quem adivinhe
O que está além do muro
Exceto que a morte se avizinha
 - Longe ou perto ela vem -
Quisera eu desvendar pitada do futuro
Por segundos, desligar o pensamento
Não ouvir o zumbido de ninguém
Não esboçar qualquer sentimento
Fazer-me de estátua bronzeada
Sacudir toda a negação acumulada
Protegendo-me de quem não me quer bem.


19.05.17

segunda-feira, 15 de maio de 2017

CRENÇA MAIOR



É a fé!

Grita quem acredita
Que nos conduz a trilhos infindáveis
Movidos pelo prazer do sacrifício
E por uma crença maior
Possibilidade de milagre
Afastar a dor e colher o melhor...


É a fé!

Grita quem não se limita
Apenas ao que observa
E agradece todos os dias
Sacode tristezas, ressalta alegrias
Na esperança de alcançar a paz interior…


É a fé!

Grita quem reivindica 
Que é mais do que calejados pés

É ela que comanda quem tu és!


15.05.17

quinta-feira, 11 de maio de 2017

MATEMÁTICA SEM SENTIDO(S)



Subtraem-me os dias
Com pouca gentileza

Queria contar algumas alegrias
Minhas mãos rasgadas só falam de pobreza.


Dividem-se os dias
Em relatos de noites sombrias

Não há quem fale em amor
Nem em cheiro ou sabor.


Há frações de olhares por todos os lados
Não ouço ninguém chamar por mim 

Não vejo com os olhos que me foram dados
Se estava a caminho da vida, estou perto do fim.

Há presenças que me estão a anular
Quiçá a minha seja uma delas 
O veneno está lentamente a aniquilar
Todas as coisas que tinha como belas!


Oh! Pudesse eu dizê-las
E multiplicá-las, (re)vivê-las

Soma-se a minha pouca sorte
Ao retrato a carvão da morte.



11.05.17
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