Cai em
meus olhos a noite
A luz do dia recolhe-me
Encosta-se a um corpo vazio
Com a marca dos teus lábios…
Areias soltas numa ventania
Com a maresia a estender poeiras
Nas pontes onde os pontos se separam,
Agitam-se as águas com marcas salgadas...
E o mar
solta o teu nome a negrito
Num grito que me toca e destrói
Não sei mais se o vento sopra
Para fortalecer ou apagar o que já foi…
Esvaziam-se as folhas caídas
Em letras com nome, libertam as hesitações
Recaem no olhar as quimeras concretas
Onde a voz do poeta nunca se completa…
É nesta
tortura misturada de sensações
Que me desdobro em passos lentos
Certezas só tenho esta: as emoções
Causam tantas vezes arrependimentos!
Quando o arrependimento faz compartimento
No cerne do coração, a alforria é a melhor comoção
Para trazer de novo a luz da noite ao dia
Na eterna companhia das aragens em confraria!
30.01.13