Já o Fado havia anunciado a hora de partida
Quando gritava uma chuva de sangue
Multiplicando-se pelos meus olhos
Ténue
Deixaste que aquela noite de Inverno
Te vendasse o corpo todo
E tomasse conta de ti
Bem sei do sorriso de bronze
Com que me premiaste um dia
Pelo oceano rubro que te achei no peito
Sim, esse que agora levas em teu regaço
Donde sempre extraíste o licor da vida
Cultivado sem espinhos…
O silêncio que me ultrapassa
Não exclui a saudade nem a dor que carrego
Que se escapa entre os dedos duma palma
Deitada em chão de mármore
Poucas
Serão sempre as minhas palavras
Comparadas com o amor
Daqueles que partilham comigo
A mesma mágoa
Até sempre, não.
Digo-te: Até já!...
05.02.12