segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

PARTICIPAÇÃO NA ANTOLOGIA "SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS" (EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA) - DEZEMBRO 2016

Capa da antologia
Contracapa da obra




Poema 1 - "Rasgo d'alma", Página 50, "Solstícios e Equinócios", Edições Vieira da Silva, 2016


Poema 2 - "Matéria", Página 51, "Solstícios e Equinócios", Edições Vieira da Silva, 2016

Lançamento do livro coletivo realizou-se no dia 4 de dezembro de 2016, no Inspira Santa Marta Hotel, em Lisboa.









quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

PARTICIPAÇÃO NA ANTOLOGIA "LUGARES E PALAVRAS DE NATAL" - VOLUME V, EDITORA LUGAR DA PALAVRA (DEZEMBRO 2016)

Contracapa e capa da antologia "Lugares e Palavras de Natal" - Volume V, Lugar da Palavra Editora, onde participo com um conto de Natal.


CONTO DE NATAL
O Natal perfeito do menino sortudo


Miguel era um menino de seis anos, com a simplicidade desenhada no olhar.

Aproximava-se uma data muito ansiada tanto por ele, como por todas as crianças espalhadas pelo mundo.
Sentia-se um menino diferente. E na verdade, era-o. Não só por lhe ter sido diagnosticada Síndrome de Down mas, pela sua personalidade sensível e singular.
Neste Natal, queria atrair para o seu pensamento, com muita força, o que mais desejava e tinha um pedido muito especial para fazer ao Pai Natal. A mais ninguém revelou o seu desejo, nem aos seus pais, que o questionaram vezes sem conta, acerca da sua prenda natalícia. Negava sempre querer alguma coisa pois, sabia das dificuldades económicas que atravessavam e, que o mais importante, o dinheiro não podia comprar: os afectos!
No dia de consoada, nada do que havia pedido faltava em seu redor: a família estava toda reunida e nem os filhós caseiros – que tanto adorava – feitos pela avó materna, faltavam naquela mesa apaziguadora, repleta de união e carinho. 
Eis que, quando tocaram as doze badaladas e foi altura de abrir os presentes, a árvore de Natal enfeitada a rigor e cheia de brilho, tinha uma prenda. O menino sortudo foi surpreendido pelos pais, que lhe ofereceram um álbum de fotografias de família, legendadas uma por uma, com sentimentos positivos da ocasião. Deu-lhes dois beijinhos e levou-os pelas mãos, para o sofá junto à lareira, para que pudesse folhear cada momento com eles. Sentou-se ao colo da mãe, colocou o álbum sobre o peito esquerdo e sorriu, agradecendo.


Minutos depois, adormecera assim, FELIZ!


Jessica Neves
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No lançamento da Antologia, no passado dia 3 de dezembro de 2016, no Café Progresso, no Porto.

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Biografia dos autores inserida na obra.



terça-feira, 6 de dezembro de 2016

SEI-TE POESIA (DO MEU VENTRE RASGADO) (*)




























Sei-te
A melodia dos pássaros
Ao entreabrir dos olhos
Dedilhas o algodão dos sonhos
Pelas asas da tua fantasia
De Ser sem medo
O que a crença ditar
Minha menina-poesia
És mais do que o teu silenciar.

Sei-te a essência bordada
Nos meus braços de lua cheia
A candura escancarada
Sem segredos, pede-me que te leia.

Leio-te
A coragem nas entrelinhas dos lábios
Ao soletrarem beijinhos e abraços
– Que valem a eternidade num segundo –
Escuto teus conselhos sábios
Encontro-me na tua genuinidade
E sinto-te maior do que o mundo.

Sei-te o poema perfeito
Do meu ventre rasgado
A alegria do meu leito
É saber-te ao meu lado.


Sei de cor
O Amor
Pelos gestos que te transbordam do peito
Esse teu peculiar jeito
De tocar ao de leve, o paraíso
Envaidece-me o sorriso
Minha menina-poesia
És tudo o que eu preciso.



(*)  Poema 2 - Participação no XXI Concurso de Poesia da APPACDM de Setúbal (Novembro 2016) 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O MANIFESTO DE UMA ALMA BRILHANTE (MEU MENINO-DIAMANTE) (*)



Quando te debruças
Na meia-lua do meu abraço
E os meus braços são os teus
Embalam-nos melodias intermináveis
Não há lágrimas em meu regaço
Nem tempestade que atinja o céu…


Quando me guio
Pelo íntimo do teu olhar
E os teus olhos são os meus
Há uma força que quer desvendar
A singularidade dos teus gestos
Que o mar não pára de sussurrar…



Quando acordo
Com o ondular do teu sorriso
Pendurado nos meus lábios
Há uma voz inabalável, um grito a pronunciar
O manifesto de uma alma brilhante…



Quando me delicio
Com a atmosfera dos teus cheiros
Sei que os caminhos são diamantes
Que colho ao de leve
Sem me aperceber
Esvai-se a tristeza
E recordo o imprescindível de ser:
A riqueza maior 
É o – teu – Amor
É te poder ter!



Quando pernoitas em mim
Escuto teus segredos e teus medos, que enaltecem quem és
Sei que o mundo se agiganta aos teus pés
E que na tua almofada, os sonhos não têm fim.




E os teus sonhos são os meus
Meu menino-diamante.




(*) Poema 1 - Participação no XXI Concurso de Poesia da APPACDM de Setúbal (Novembro 2016) 
- Concurso que visa sensibilizar para a problemática da Deficiência Mental

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

MATÉRIA



Há crenças inabaláveis que os loucos mantêm.


Há imagens que são janelas e portas sem ferrolho ao mesmo tempo
Há deuses que invocamos quando povoamos os céus da intimidade 
Ao habitar um sonho – nosso – numa folha de asas livres.



Sem vendas nem amarras
Soltam-se as cimitarras
De fogo e sede
Que não se mede.



A magia dos lugares acontece – inevitavelmente – a todo o instante 
No pensamento não há filtros nem cortes por improvisar
Há rosas e diamantes a fervilhar e aromas que correm a mil quilómetros
De distância dos dedos e a centímetros da pele, asfixiando os ossos
Com acesso ilimitado ao topo.




Há gritos inaudíveis nas pontas do meu sorriso

E matéria azul a fluir nos meus olhos.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

RASGO D'ALMA



Floresce em mim o fogoso desejo
De te possuir o corpo por inteiro
Começando ao deslizar de um beijo
Entre vestes que desvendam teu cheiro


Rosas cálidas acendem nos teus olhos
Por dentro dos gestos, o rasgo da alma
Desce poro a poro, palma com palma 
Irrompe o grito ao vestido em folhos



Já não há segredos entre quem se quer
À exaustão de se encontrar e se perder
O amor é dos – loucos – que arriscam ter
Ousadia, de um ao outro, pertencer.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

A VIDA COMO UMA ÁRVORE: APONTAMENTO POÉTICO







A vida é como uma árvore, às vezes precisa de uns abanões 

para dar (os) melhores frutos.



Nessas alturas, a paciência é uma inquieta companhia que 


atua no tempo certo. 


A esperança nunca abandona a alma, ainda que esteja 


de luto 



e o que está longe, sempre se torna perto.




20-09-16


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

ESPELHO(S)






Olhamos pouco para os espelhos dos carros


Porque são os nossos reflexos


Daí resultam os habituais acidentes


De percurso


– interior.






26.08.16

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

ABREVIATURAS DE GESTOS





Está escrito na pedra

Que o sangue das rosas
Advém do pensamento em conflito
Com as mãos que rezam
E calejadas redigem
Abreviaturas de gestos.


Está escrito na pedra

Que a agitação das árvores
Coincide com o grito da alma
E as folhas arremessadas ao vento
São beijos que te não dei.


É de pedra 

Este abraço
- Este espaço -
Que medra
Corpo adentro.


É de pedra

Este cansaço
Ao descompasso
Dos olhares
Ao centro.

- Fala-me dos gestos que esqueci -

Diz-me das noites ao ouvido
Inventa a lua se for preciso
Não me deixes sem o ruído
Do ondular do teu sorriso!



23.04.16

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

SONHO

Não almejo a altura



Que me (e)leva ao sonho



Desejo a lúcida loucura



De pisar o sabor da terra



Rumo ao que me proponho.






sexta-feira, 29 de abril de 2016

COIMBRA DOS ENCANTOS

Penedo da Saudade


Coimbra dos encantos

Cidade de prazeres
Qual dos teus recantos
Traz mais saberes?




Segredos sem fim
Histórias de encantar
Do Penedo ao Jardim
Muito há de ti p’ra amar!




Quem te quiser pertencer
Terá que se entregar
Quem te quiser conhecer
De perto tem de te contemplar!



Quem te quiser abraçar

E percorrer ao pormenor
Terá que o rio escutar
E gritar bem alto o seu amor!



Coimbra és liberdade

És festa e arte em teu redor 
Teu leito deixa saudade
Quem por ti passa, dá sempre valor!



Coimbra dos estudantes

Das lágrimas à tradição
Da loucura aos amantes
Da memória ao coração!




(23.04.16)

sexta-feira, 15 de abril de 2016

A MEMÓRIA DOS LUGARES





Há na memória dos lugares
A identidade condensada
No olhar das imagens
A mística de pertencer
Ao que se contempla
O segredo de habitar
A intimidade da paisagem.



Há na memória dos lugares
Um vínculo afetivo
- Indestrutível -
Que nos (e)leva e transporta
Para uma viagem aos recônditos de nós
O espaço entre o vácuo e o excesso
A transgressão do “eu”
Na multiplicidade das sensações.



Há na memória dos lugares
O sussurro eloquente dos rios
As melodias intermináveis da brisa
Envolvendo os cabelos
A fala intermitente dos abraços
A matéria evidente dos corpos
O tempo do (re)encontro
A vertigem entre tudo e nada
A acontecer.



Há na memória dos lugares
Vida
Preenchida
E por preencher.



11.03.16

sexta-feira, 25 de março de 2016

RUÍNAS





Se a penumbra é rainha
Das minhas noites
Os teus traços são diamantes
Lapidados na bainha 
Do meu vestido



As ruínas destroçaram-me
Batendo lentamente sobre o solo
Os teus lábios chovem-me
Ao canto da boca, as palavras engulo



O silêncio é dominante
Nas nossas conversas 
Só o rio sabe dos meus lamentos
Só os teus olhos aquecem
As minhas mãos, por momentos


Não há indícios de perdão


Nos beijos
Que me não deste
Nas cartas
Que me não leste



O amor é transitório
Ainda que a eternidade
Clame pelos teus (a)braços.





21.02.16

sexta-feira, 11 de março de 2016

OS GESTOS QUE NOS DEFINEM ALÉM DAS PALAVRAS DO AMOR





Vem 
de súbito
o aperto no peito
o arrepio na pele
o suor dos dedos
o cálido efeito
banhado de mel
que leva os medos




Vem 
de mansinho
o sussurro ao ouvido
a brisa envolvente
o olhar embevecido
no seio da paixão ardente
pendurada no sorriso rendido



Vem
ao de leve
afagar os meus cabelos
presentear-me com beijos
enriquecer-me com abraços
abrilhantar meus ensejos
conhecer os meus passos



Vem
de súbito
de mansinho
ao de leve
aninhar-te no meu colo
beber todo o meu calor




Vem 

- comigo -
descobrir-me
dedilhar os gestos
que nos definem
além das palavras 
do Amor.
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