sábado, 21 de abril de 2012

ABREVIATURAS


Trago o peito em cruz, desperta uma fissura
Dói-me a vida, dói-me o canto do rouxinol
Colossal é a pobreza, pobre é a fartura
Dói-me a morte aquando a ausência do sol!

Trago o peito em cruz, alastra-se a fissura
Dói-me a alma, dói-me a luz da natureza
Tu dóis(-me) cá dentro! Quanta tristeza!
Quisera eu que abalasse est’amargura!

Neste cais da vida que me leva e nada (me) traz
Insisto em querer saber se algum dia fui audaz
Agora, olhando para o tamanho desta fissura

Encerra-me a vontade de querer ser capaz
Resta-me falsificar em itálico minh’assinatura
Não sou completa (já disse)! Sou abreviatura!

19.04.12

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...