quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

SEI-TE DE COR


Sei de cor
Os afectos maiores que te (trans)bordam no peito
Que desnudam a tua alma pura e leve em segredo
Pelo céu espelhado entre pétalas de amor perfeito
Sei o significado do anel d’ouro que trazes no dedo

Sei de cor
O laço que te enfeit(iç)a se estou perto
Ao clarão que se estende pelos teus olhos
Dá-se o enlace dos corpos num aperto
À sede do horizonte entontecido em folhos

Sei de cor
O mosto aceso que te corre imune pelas veias
As armas que usas só para me conquistar
Como aranha com seus truques borda as teias
Sem necessitar dos raios de sol para brilhar

Sei de cor
A palavra amor sussurrada ao ouvido
A única que cabe dentro do dicionário
Onde somente tu e eu fazemos sentido
Tornando possível o nosso íntimo diário

Sei de cor
O inverno quente no teu aconchego
Em que está repleta de flores a primavera
Pelo genuíno leito do Rio Mondego
Juntos no museu somos estátuas de cera

Sei de cor
O licor do beijo que desejas se não me tens
De (a)braço dado à distância de saudade
Onde sou o maior de todos os outros bens
Sempre que fugimos num voo de liberdade


Sei de cor
O pormenor com que pintas o meu retrato
Em cada traço belo, dás-me vida
De quanta sensibilidade tens no tacto
Enches a tela em êxtase colorida

Sei de cor
Todas as palavras que te faltam na minha presença
Em que sou fada doce no teu encantado conto
Onde queres que o nosso amor tudo vença
E no final não te atreves a pôr qualquer ponto!

10.01.12

PAULO GONZO - SEI-TE DE COR
http://www.youtube.com/watch?v=NbqoM8cykBA&ob=av2n
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