quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

INUNDAÇÃO DE PRAZER



Que transborde a fonte cheia
Ousando em nosso corpo escorrer
Que a aranha borde sua teia
E nos entregue ao prazer

Que a aranha sanguessuga
Saltite que nem uma pulga
E a roupa apavorada
Se atreva a dar de fuga
Regressando de madrugada

Que esta vasta inundação
Obrigue a aranha a morder
Entre arrepios de paixão
A cobra nos venha lamber

Subindo e descendo
Que nem um balouço
A fonte vá escorrendo
A trovoada do bolso

Que as gotas que nos cercam
Se abafem de calor
E os sentidos se percam
Em laços d’amor

Rendido à doce paixão
O céu em água se desfaça
Coroado com um coração
De inveja nos roa a traça

Que o céu mande o inferno
Aterrorizar nossas almas
Ardendo em pleno inverno
As mãos juntem as palmas

Que o nosso sentimento
Teime em não acabar
Desfrutando do momento
Ninguém nos tente acordar

Bem composto o jardim
As flores consigam respirar
Para que possamos sem fim
Amar, amar, amar…

07.12.11


ANA MOURA - ATÉ AO FIM DO FIM
http://www.youtube.com/watch?v=EFxzFLO2OtY
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...