Querido,
Hoje os teus lábios
Saciam a fonte de prazer
Que cresce em êxtase
Dentro de mim
Bebe o meu íntimo licor
E, de seguida, toma-me a boca
Traz-me o meu sabor
Nesta sede que me devora louca
Numa melodia de gestos
E gemidos sem fim!
25/11/23
Querido,
Hoje os teus lábios
Saciam a fonte de prazer
Que cresce em êxtase
Dentro de mim
Bebe o meu íntimo licor
E, de seguida, toma-me a boca
Traz-me o meu sabor
Nesta sede que me devora louca
Numa melodia de gestos
E gemidos sem fim!
25/11/23
Hoje eu sei
Que aquele não era só mais um dia cinzento
Que a chuva que derramava sobre os meus olhos
Era já um golpe amargo, um vazio, um pressentimento
De que teria que te enfeitar com flores aos molhos…
Tinha chegado prematura a tua hora
Tão jovem te foste embora
Com planos traçados atirados fora
Resta-me a saudade, agora!
Ainda hoje eu pensei
Naquele dia de céu nublado, em que te roubaram de mim
Ao início nem acreditei
Até Deus e os Santos julguei
Porque eu sabia que nunca seria melhor sem ti!
Hoje eu continuo aqui
Incrédula e sem forças, a escrever e a rezar
A agradecer por te ter conhecido
Mas sem conseguir perdoar
Te terem levado tão cedo para o paraíso!
Há feridas abertas e gritos acesos
Entre lembranças, velas e versos
- Quando se ama o tempo não cura nada -
As lágrimas não me dão o que preciso
Nem uma resposta, nem o teu sorriso!
O que te levou já não te traz
Só espero que tenhas ido em paz.
31/10/23
O meu poema "Sociedade", na edição de hoje do Jornal da Mealhada. 🗞 🖋 ✍ 📙
Tantas são as vezes em que quero as palavras eternizadas
no papel, na pele, na alma e no coração! ♥
Já o meu olhar entreabria a cortina do teu corpo
Quando entravas em cena
Deslumbrante como só tu sabes ser
A tua boca quente sussurrava:
Não há limites no palco do prazer!
Acenavas-me em gestos mornos
Os teus lábios pediam os beijos mais acesos
Numa orquestra mágica ensaiada
Sem aviso prévio nem licença poética
Com a máxima ousadia e sensualidade
As máscaras eram apenas acessórios
Espalhados entre sete paredes de pecado…
Naquela noite não éramos atores
Somente amantes e poetas loucos
Donos de sonhos ardentes
Em salas rendidas de afagos
Éramos simplesmente nós…
Dedilhávamos ousadas danças a sós
- Quiçá algo mais atrevido no momento -
O aconchego afável das tuas mãos
Trazia-me uma melodia interminável
Dominada pela tua voz no meu ouvido
Os trajes arrojados soltavam-se
A um ritmo alucinante
E davam lugar a sorrisos e gemidos contagiantes!
Não ligávamos à plateia
Apenas apreciávamos a pornografia
De estarmos bem vivos
E sermos submissos um do outro
Ao descobrirmos as maiores tentações
Lado a lado num caminho sem destino!
O cair do pano era apenas mais um pretexto
Para recomeçarmos vezes sem conta
A cortina já conhecia os nossos passos
Ao som de todos os atos e fantasias
Ofereciam-nos pétalas de rosas rubras
E continuávamos a ser felizes
Entre jogos de sedução e eternos aplausos!
04/07/23