quarta-feira, 26 de outubro de 2011

CATÁSTROFE NATURAL


Deixa-me que te foque
Sossega embebido pelo odor matinal
Dispo-te sem que te toque
Ao encanto da catástrofe natural

Que delire a gravata lavada
Ao espelho da minha fantasia
Que se desfaça a camisa talhada
Em lascas de madeira
Que humedeçam os meus lábios
Pelo teu tronco como trepadeira

Que o cinto se destrua
Entre meras labaredas
Que as calças perfurem o tecido
E se agitem em carne viva
Que a minha carne seja a tua
Que os sapatos se desatem
E as meias voem noutra perspectiva

Que a mais genuína intimidade
Se expresse e se solte
Entre arrepios de liberdade
Grite o mar e se revolte

Agora sim,
Sinto-me capaz de te amar
Para lá do horizonte
Até que te possa completar
Como a água completa a fonte.


25.10.11

NIGHTWISH – THE PHANTOM OF OPERA
-> http://www.youtube.com/watch?v=i5SUSmedMm8
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