A voz tremeu
A mão soou
O coração abalou
O dia nunca mais amanheceu…
O meu mundo parou
O relógio não avançou
Era a hora da partida
Sem lugar a despedida.
Não era mentira
Porque é que a vida nos tira
Inexplicavelmente quem mais amamos?
Porque é que o destino nos desvia
Teima em nos roubar a alegria
E nós não o perdoamos?
Recordo-te ao fechar os olhos
Saudades de um tempo que não volta
A lágrima sempre se solta
Para te entregar agora rosas aos molhos…
Agarro-me às tuas fotografias
Morro contigo lentamente
Queria trazer-te para que tudo fosse diferente
Só vejo as noites, esqueci os dias.
Já acendi mil e uma velas de luto
De revolta e sobretudo, amor
É agridoce este nosso fruto
O teu rosto genuíno ainda guardo e sei de cor.
29/10/24