Gela-me o ventre da alma
o meu corpo encolhe-se na tua boca
à procura de um céu inquisidor
feito de (astro)lábios
onde as camélias se despem em gestos
prematuros num manancial de aromas
como o vinho que saboreio nos teus dedos
feitos de espuma púrpura
em lençóis carcomidos
pelo tempo ainda vindouro
sedento de nós
de tudo e de nada que nos pertence
como o sol agreste que nasce nos teus cabelos
As mãos, o toque, a carne e
o desejo
são a fonte do beijo que procuro
são a fonte do beijo que procuro
do
laço infindável que nos une
e
desune pela mesma razão
onde
o amor e o ódio se tocam, tão perto…
Jamais
caberemos num mundo só nossoporque metade de mim é infinito
e a outra metade está escrita no teu olhar…
…Descobre-me.
03.12.12
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