sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

REPOUSO DOS GESTOS (O REGRESSO A UM PASSO ATRÁS DA MENTE)




Ocupar o espaço vazio
O lugar carcomido à esquerda do peito
A lembrança da sombra acesa pela casa
A cama despida – de sonhos, jamais de afetos – do que era tanto


O repouso dos gestos
Ao canto entreaberto da saudade
Há lágrimas, tantas, incontáveis
E um soluço apertado de tempestade


Os lugares que tu ocupaste
Ninguém ocupará mais


- O regresso a um passo atrás da mente -

Há vícios que nos distinguem
Relembrá-los nunca será demais
Estás sempre aqui
Comigo
É segredo, eu sei
E tu sabes, não o desvendarei.


Passo e volto 
Onde estiveste
Estivemos e fomos
E grito
E sinto
Tudo
E mordo o sussurro que te levou
- Que me levou contigo –


Não, o amor não acabou.

Recordo a verdade do sorriso
Com que – sem querer – te despediste
Voltar dói
Corrói 
Perder mata.

Traz-me o sossego
Que mantém a flor intacta.



06.01.17




2 comentários:

  1. Ó minha querida poetisa! Grita, sente e ama, pois este amor que lateja no recanto sacrossanto do coração-esse amor, não acabou.

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  2. Sinto um orgulho tão bonito, sempre que te vejo florescer. E ainda é inverno... a primavera está-te no sangue, que eu sei. Beijinho - só para dizer-te do Poema ☺

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