O MUNDO AOS PONTAPÉS

Há alturas em que tu esperas a morte

Como se te encontrasses numa encruzilhada

És alvo fácil sem nome, algo que perdeu a morada

Em busca esquecida de outra sorte.

Sacodes a roupa como quem traz o mundo aos pontapés

Almejas a leveza de outros tempos

Sabendo que o fado é feito de marés

E o que pensas serem pérolas, são ventos…

Não há nada que a vida não traga

É certo que sem luta não há recompensa

O passado já foi, mas não se apaga

A tristeza só vem com a tua licença!

Enxuga o rosto em águas despoluídas

Deixa o orgulho e o rancor à porta de casa

É teu dever ergueres-te já, inventa forças desmedidas

E se cumpres, tens direito a voar longe, por isso vai, de asa em asa!

07.04.18