terça-feira, 21 de janeiro de 2020

DUALIDADE




Há uma dualidade em cada um de nós
O duelo entre o lado de dentro e o exterior
No meio da azáfama qual é a maior voz?
Até na divisão custa quantificar a dor…

Trazemos nos bolsos o escudo e a espada

A guerra solta-se entre o tudo e o nada
A partilha do que somos desvanece na aparência
Que cala e oculta o sentido da genuína essência.


Trazemos aos pés a luta amarga da derrota
Encamisada por sorrisos contrafeitos de vitória
Onde pensamentos e gestos se confundem na frota
Não devíamos querer a lenda, mas a verídica história!

Devíamos almejar o confronto que dói e alivia

É aí que começa a longa e íntima viagem
Quando fizermos sobressair a coragem
O respeito sem filtros, à lucidez da luz do dia!

Há uma dualidade em cada um de nós
Entre o que sentimos e o que demonstramos
A verdade surge quando estamos a sós
No silêncio que se reparte pelo que pensamos e amamos.



23.11.19

1 comentário:

  1. A coragem é um modo ezoperante dualista, pois somos capazes de sacar o escudo e a espada dos bolsos, em sinal extremo de coragem, e tbm de deixá-los cair ao chão. Pois coragem é tbm, estar intimamente exposto.
    Jéssica, como sempre um belo poema.
    Beijos, V

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